terça-feira, 3 de setembro de 2013

“Não esmagará a cana rachada, nem apagará a torcida que fumega." (Mateus 12.20)



O que é mais fraco do que o caniço rachado ou o pavio que fumega?
Uma cana cresceu no brejo ou pântano, mas deixe o pato selvagem cair sobre ela, e se quebrará num estalar de dedos; qualquer vento que passar rapidamente pelo rio a move para lá e para cá. Você não pode conceber nada mais frágil ou quebradiço, ou cuja existência encontra-se mais em perigo do que um caniço rachado.
Então olhe para a fumaça do pavio - o que é? Ele tem uma faísca dentro dele, é verdade, mas quase sufocada, a respiração de um bebê pode apagá-la; nada possui uma existência mais precária do que a sua chama.
As coisas fracas estão aqui descritas, mas Jesus diz: "não apagará a torcida que fumega, nem esmagará a cana trilhada".
Alguns dos filhos de Deus são feitos fortes para poderem trabalhar para ele, Deus tem seus Sansões aqui e ali, que podem arrancar os portões de Gaza, e levá-los para o topo do monte; ele tem alguns valentes que são homens parecidos com o leão, mas a maioria de seu povo é tímida e trêmula. Eles são como os estorninhos, que são pássaros que se assustam com a passagem dos transeuntes; um pequeno rebanho temeroso. Se a tentação vem, eles são apanhados como pássaros numa armadilha; se a tribulação ameaça, eles estão prontos para desmaiarem; a sua frágil embarcação é jogada para cima e para baixo por cada onda, e eles são arrastados como um pássaro do mar, na crista das ondas - coisas fracas, sem força, sem sabedoria, sem prudência. No entanto, fracos como são, e porque são tão fracos, eles têm essa promessa feita especialmente para eles. Aqui está a graça e a misericórdia! Nisto consiste o amor e a bondade! Como se abre para nós a compaixão de Jesus - tão suave, terna, atenciosa! Nunca precisamos recuar do seu contato. Nunca precisamos temer uma palavra dura dele - embora possa muito bem nos repreender pela nossa fraqueza, ele não repreende. Canas quebradas não receberão golpes dele, e o pavio que fumega não será sufocado.

Texto de autoria de Charles Haddon Spurgeon, traduzido e adaptado pelo Pr Silvio Dutra.

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